Bruna Kury

 

Bruna Kury é brasileira, anarcatransfeminista, performer, pesquisa kuir sudaka no cotidiano e já performou com a Coletiva Vômito, Coletivo Coiote, La Plataformance, MEXA e Coletivo T. Pirateia e faz pós porno e pornoterror. Desenvolve performances/ações diretas contra o cis-tema patriarcal heteronormativo compulsório vigente e a opressões estruturais (GUERRA de classes), principalmente em lugares de crise. Participou ultimamente da mostra Todos os Gêneros com a banquinha PornôPirata, da virada cultural em SP com o Coletivo T e do Terminal 10mg com o Coletivo MEXA.

Pretende na residência pesquisar e experienciar e trocar sobre o conceito criado “pornôrecicle” e a expurgação do patriarcado na “oficina de vômito”.

Rodrigo Andreolli

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Carta a minha amiga:

“…Esta residência aqui gera um espaço de transição e reorganização interna, é uma continuidade do exercício da presença colaborativa e curiosa, experimentando estruturas de trabalho, de vida. Essa experiência também coloca em perspectiva minha trajetória, meu corpo, minhas práticas e torna palpável as reverberações que me trouxeram até aqui. Estou tentando aprender a direcionar minha atenção para olhar mais de perto quais questões me impulsionam a ação, que gestos eu coloco ou quero colocar no mundo e o que resulta desta interação. Tenho vontade de dançar, acho que quando danço alguma coisa acontece. Mas sinto que na maior parte das vezes essa coisa de criar peça/espetáculo mata a dança. Então como dançar e manter a dança viva nesse esquemão do mundo da arte? Talvez fora dele. Como fazer do corpo o instrumento de transformação do pensamento morto? Como manter-se vibrando os ecos de um campo de criação coletiva, comunicação que atravessa estruturas obsoletas, que traspassa tudo, que liga tudo? 

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Ontem olhei a lua formando um caminho no mar e percebi a concretude desse coisa que é a lua. E como não dá pra viver neste mundo sem olhar pra ela, sem saber dela e sem sentir seu movimento, que influencia tudo aqui. Ela fica lá olhando pra gente o tempo todo e se aproxima e se distancia, tudo muda por conta desta relação. Tudo no mundo é assim. A lua é um destes elementos. Ficou forte pra mim também essa relação da lua, das divindades pagãs, das manifestações divinas no que é concreto. A luz da lua fazia o caminho prata-dourado na superfície da água e também penetrava as ondas pra além da minha visão criando curvas de luz no escuro-azul do mar. Essa mesma luz tocava a terra e o meu corpo numa linha que cortava  e ligava tudo ao mesmo tempo. E essa lua que baixava no horizonte, quase tocando o mar, naquele mesmo momento lançava seu corte sobre outras águas, terras e corpos. Pensei que aquela mesma luz que me tocava, toca também você aí. Deste lugar quero dançar.

 

[no mar Egeu, entre Hydra e Pireos, em 08/maio/2017]” 

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Fabiana Faleiros

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Poeta, performer e pesquisadora. É doutoranda pelo Programa de Arte e Cultura da UERJ, Rio de Janeiro, e Lady Incentivo, cujo disco Lady Incentivo: novas formas de amar e gravar CD foi gravado na Mobile Radio BSP, durante a 30 Bienal de São Paulo. Entre 2015 e 2016 esteve em turnê com o Mastur Bar em Cuba (Fabrica de Arte Cubano, Havanna), Colômbia (Kuir Bogotá, International Festival for Queer Arts and Cinema), e também em cidades do Brasil como São Paulo, Porto Alegre e Belém do Pará. Em 2016 publicou o livro O pulso que cai e as tecnologias do toque, Ikrek: São Paulo. Atualmente participa da residência Capacete em colaboração com a Documenta 14 (Atenas, Kassel).

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Daniela Mattos

Artist, educator and curator, currently teaching at UFRJ.

“O Capacete tem sido um espaço fundamental de produção artística, encontros e pesquisas no Rio de Janeiro, atuando de forma independente e também em parceria com instituições locais. Tive a chance e a felicidade de participar e colaborar com atividades do Capa em diferentes projetos e momentos, listo aqui alguns deles: como integrante do grupo Máquina de Escrever (RJ), como propositora do workshop O artista como curador (RJ), como artista convidada do evento Feminismo e Feijoada (RJ) e como integrante do grupo Máquina de Escrever (SP) que culminou com a publicação Livro para Responder. Além disso, assisti a inúmeras palestras, tive encontros, conversas, celebrações e também fiz amigas e amigos entre os artistas, curadores e pesquisadores residentes que participaram desses 20 anos de atuação. Espero que essa iniciativa se mantenha viva e atuante, oxigenando as estruturas formais e não-formais do circuito de arte carioca, brasileiro e internacional.”

 


Caroline Valansi

Caroline Valansi é artista visual, professora de fotografia e artes. Sua produção artística transita entre o espaço e a ficção. Suas obras sempre foram enraizadas em seu forte interesse em traços coletivo e histórias íntimas. Caroline utiliza materiais familiares em sua pesquisa: fotos de salas de cinemas, velhos filmes pornográficos, imagens encontradas da internet e suas próprias fotografias e desenhos e, juntos, somam uma ampla exploração de representações da sexualidade feminina contemporânea.

 


Yael Davids

Yael Davids é uma artista nascida em Israel que vive e trabalha em Amsterdã. Ela estudou Belas Artes na Academia Gerrit Rietveld, Escultura no Instituto Pratt, Nova York e Coreografia e Pedagogia da Dança na Academia Remscheid. Seus trabalhos são predominantemente baseados em performance, às vezes envolvendo-se como executante em outros momentos trabalhando com grupos.


Brigida Baltar

“Trabalhar com o Capacete e Helmut Batista foi uma possibilidade de realizar um projeto de forma ideal. Quando eu falo ideal, é conseguir produzir com alegria, entre reunions leves, informais e com grande potência de criação. As vezes, nos reuníamos até na praia. Conheci o Helmut  logo que ele veio morar no Rio, no final dos anos noventa.e fomos rapidamente estabelecendo pontes de trabalho, afeto e amizade. Desta forma aconteceu nosso projeto em 2004, um filme em 16 mm, que chamei Maria farinha Ghost Crab. Este filme girava em torno da personificacão do caranguejo de areia conhecido como caranguejo fantasma. Convidei a atriz Lorena da Silva para agir como o animal, correndo fugidiamente e cavando incessantes buracos na areia. Helmut convidou o Seppo Renvall para filmar, ele que tinha o equipamento em 16mm e fazia residencia no Capacete. As coisas iam se encaixando facilmente e Helmut consegue ajustar tudo muito bem. Fomos todos para a Ilha Grande, no Rio de Janeiro e trabalhamos intensamente por uma semana, com uma pequena e vigorosa equipe. Lembro ainda, da atmosfera humorada durante as filmagens, pois Seppo, não falava portugues ou ingles e eu muito menos, filandês, sua nacionalidade. Isso produziu uma longa conversa de mãos por toda a parte.

Ainda o projeto seguiu com desenhos, esculturas, som e em pequena publicação. Minha eterna  memoria do Capacete é do organismo vivo que vai se metamorfoseando sempre, criando situações as mais contemporâneas, os formatos mais inesperados e sempre com alegria”