Traplev / Roberto Moreira

Cheguei no Capacete diretamente de Santa Catarina em janeiro de 2010. Digo que minha formação foi parcialmente na biblioteca do Capacete nas minhas idas ao Rio de 2005 em diante. Em 2010, estávamos num Brasil no auge da era Lula, Gilberto Gil Ministro da Cultura revolucionou os princípios de responsabilidade pública com a arte e eu gozava de ter dois projetos aprovados no MINC, um com a publicação recibo de artes visuais da qal sou editor, e na Funarte com um projeto de crítica de arte com uma pesquisa sobre a sala experimental do MAM- dos anos de 1970. Estava no auge do pré-carnaval carioca e o capacete como para-raio de artistas e agentes do circuito de arte do mundo inteiro, borbulhava, na verdade o ano inteiro. Na época o Capacete tinha um pauta periódica no Centro Cultural Sérgio Porto e então Helmut me convidou pra inventar alguma coisa lá, nisso fizemos uma série de falas e debates no qe eu chamei de “Encontros Impressos” com lançamento de publicações e encontros e performances, foi o trampolim para qe o Encontro Impresso fosse parar em outros lugares, se desdobrando tb em outros projetos e publicações.


Brigida Baltar

“Trabalhar com o Capacete e Helmut Batista foi uma possibilidade de realizar um projeto de forma ideal. Quando eu falo ideal, é conseguir produzir com alegria, entre reunions leves, informais e com grande potência de criação. As vezes, nos reuníamos até na praia. Conheci o Helmut  logo que ele veio morar no Rio, no final dos anos noventa.e fomos rapidamente estabelecendo pontes de trabalho, afeto e amizade. Desta forma aconteceu nosso projeto em 2004, um filme em 16 mm, que chamei Maria farinha Ghost Crab. Este filme girava em torno da personificacão do caranguejo de areia conhecido como caranguejo fantasma. Convidei a atriz Lorena da Silva para agir como o animal, correndo fugidiamente e cavando incessantes buracos na areia. Helmut convidou o Seppo Renvall para filmar, ele que tinha o equipamento em 16mm e fazia residencia no Capacete. As coisas iam se encaixando facilmente e Helmut consegue ajustar tudo muito bem. Fomos todos para a Ilha Grande, no Rio de Janeiro e trabalhamos intensamente por uma semana, com uma pequena e vigorosa equipe. Lembro ainda, da atmosfera humorada durante as filmagens, pois Seppo, não falava portugues ou ingles e eu muito menos, filandês, sua nacionalidade. Isso produziu uma longa conversa de mãos por toda a parte.

Ainda o projeto seguiu com desenhos, esculturas, som e em pequena publicação. Minha eterna  memoria do Capacete é do organismo vivo que vai se metamorfoseando sempre, criando situações as mais contemporâneas, os formatos mais inesperados e sempre com alegria”