Conversa entre Thelma Vilas Boas e Helmut Batista
Lanchonete<>Lanchonete – Rio de Janeiro, Brasil
Antes de contar o que é, importante dizer que a Lanchonete é das crianças da Pequena África e de tudo que implica em suas existências.Foi inventada e segue sendo inventada com, por e para elas! Hoje em dia a Lanchonete<>Lanchonete (L<>L) é uma Associação Cultural, sem fins lucrativos, criada com, para e na Pequena África, bairro Gamboa no centro da cidade do Rio de Janeiro. Em atividade desde 2016 e legalmente constituída em 2019, a L<>L desenvolve circunstâncias que promovem maior justiça e bem-estar social para as crianças e familiares residentes em ocupações da região, contribuindo para a ressignificação deste território historicamente submetido à violência do racismo e da pobreza. Alocada em um galpão de 240m2, a L<>L é um espaço de liberdade, segurança e dignidade, plural e inclusivo. Tem como missão fundamental identificar expressões de existência diante da desumanização naturalizada há séculos e fortalecê-las para conquista do direito à uma vida digna, com infâncias atendidas na fome, saúde, educação, moradia, lazer e liberdade. E contribuir para reorganização do entendimento sobre o mundo, vislumbrando novos paradigmas, inclusive no campo ampliado da arte.
Thelma Vilas Boas é mulher, mãe, brasileira, cresceu em SP num bairro operário, teve muito contato com a roça, filha de uma curandeira e de um marceneiro, professora, depois fotógrafa, sempre artista, mestre em Artes Visuais, inconformada com a injustiça social, militante de lutas minorizadas pelo capital, defensora das infâncias, das mulheres negras e do território Pequena África RJ, propositora da Lanchonete Lanchonete e da Escola Por Vir.
Artistas convidados para o Seminário: Marcos Cardoso e Emilson Nunes
Edmilson Nunes nascido em Campos dos Goitacazes em 1962, frequentou de 1985 a 1990 a Faculdade de Arquitetura e urbanismo e Escola de Belas Artes da UFRJ. Entre 2003 e 2015 carnavalesco da escola samba mirim Pimpolhos da Grande Rio e de 2015 a 2020 professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e a partir de 2020 faz a direção do Espaço Poético Titocar e mantendo minha atividade como artista
Marcos Cardoso
1960, Maricá – Rio de Janeiro
Pescador até os 23 anos, estudou na Faculdade de Educação e na Escola de Belas Artes da UFRJ. Foi aluno e amigo de Lygia Pape, a qual faz o seguinte relato do artista: Marcos Cardoso metamorfozeou-se pelo mito do carnaval e suas máquinas: reciclou pó e pano em palácios e castelos, faz de conta sem fim, hoje pura linguagem nobre, mergulhada no sensível, no sonho do alquimista que engendra transtornado objetos arfantes.
E também dirigiu o Espaço Poético Titocar
Espaço Poético Titocar
Oficina do Tito, mecânico maricaense, a Titocar permaneceu fechada por alguns anos quando seus vizinhos, os artistas plásticos Marcos Cardoso e Edmilson Nunes, engajam-se na transformação do espaço.em centro de arte e cultura. Formalizando e dando espaço físico ao coletivo e aos projetos artísticos já em andamento, a Titocar revitaliza-se como centro cultural de produção e exposição de arte.