Falas Públicas MAM | Capacete: “Próximas de Nós” com Elô Nunes

#MAMCapacete No sábado (21.11), às 16h, começam as falas públicas do MAM Capacete de residências artísticas e pesquisas. Intitulado ”Próximas de Nós”, o ciclo de conversas vai abordar temas como a arte no Rio de Janeiro, suas dinâmicas de território, conflitos socioambientais, etnografias visuais, antropologia das imagens e a relação entre história da arte e a sociedade civil.

Neste primeiro encontro, a cientista social e pesquisadora Elô Nunes conversa com a diretora artística do Programa MAM Capacete, Camilla Rocha Campos sobre sua prática política, na qual investiga caminhos que otimizam a experiência feminina nos arredores do Rio. Ela participa do Coletivo Mulheres de Pedra, que privilegia a autoria e protagonismo de mulheres negras no oeste da cidade do Rio de Janeiro.

Seguindo o protocolo de segurança do MAM, a atividade está limitada a 30 pessoas, com lugares higienizados e posicionados com o devido distanciamento. Os ingressos estarão disponíveis com contribuição sugerida e opção de gratuidade e devem ser trocados por uma pulseira de identificação na bilheteria, com 30 minutos de antecedência.

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Parceria MAM | CAPACETE

 

O Museu de Arte Moderna do Rio e o programa de residências e intercâmbio artístico-cultural CAPACETE deram início a uma parceria institucional em março de 2020, quando começou a ser desenvolvido o projeto de transferência de parte das atividades do CAPACETE para o museu. Inicialmente pensado para acontecer no espaço físico do museu, em sua sede no Parque do Flamengo, o projeto teve de sofrer adaptações para poder ser iniciado em espaços virtuais enquanto durar a quarentena decorrente da pandemia do Covid-19. A parceria entre o CAPACETE e o MAM é alavancada pelo patrocínio do Grupo PetraGold ao MAM.

A parceria faz parte de projeto mais amplo do MAM de restituir à educação um papel central na instituição, desde cedo definida como um museu-escola. A meta é reabrir o Bloco Escola, o pavilhão dedicado ao ensino e à prática artística, que foi o primeiro edifício a ser construído na sede definitiva do museu.

O objetivo da parceria MAM | CAPACETE é desenvolver residências artísticas, fomentar pesquisas, intercâmbios internacionais e realizar programação pública de diálogos e outras atividades no espaço do museu. A parceria está prevista para durar dois anos.

“A parceria MAM | CAPACETE traz a oportunidade de abertura do museu para uma nova interação com projetos culturais de grande relevância no cenário nacional e internacional”, diz o diretor-executivo do MAM, Fabio Szwarcwald. “O MAM está apoiando os processos que sustentam a teoria-prática da arte, buscando a reflexão. O MAM se permite ser uma instituição mais orgânica, mais conectada com a sociedade”.

Criado em 1998 pelo artista plástico Helmut Batista, na cidade do Rio de Janeiro, o CAPACETE é o mais antigo e o mais estruturado programa de residência e intercâmbio artístico-cultural no Brasil. Com sede no bairro da Glória, vizinho ao centro do Rio, o CAPACETE faz apresentações públicas em diversos modelos, formação para profissionais (Escola CAPACETE) e para crianças (Pequeno Laboratório), cursos abertos, cozinha experimental, biblioteca, acervo e publicações. Mais de 450 profissionais de diversos países já passaram pelo programa.

“O CAPACETE tem realmente uma tradição e uma confiança internacional muito grande e muitas parcerias internacionais que podem ajudar a alavancar um programa específico dentro do MAM. Eu acho que o Fabio Szwarcwald soube entender isso e quer juntar forças para fazer um programa maior”, diz Helmut Batista. “A gente sempre considerou que a atuação do CAPACETE deveria ser na sua região. O MAM fica no nosso raio de ação. O Bloco Escola foi o carro-chefe da sua época -deu na Escola de Artes Visuais do Parque Lage-, está ali hibernando e agora vai passar por uma transformação”, diz Helmut. “O convite veio muito a calhar no processo que o próprio CAPACETE vinha passando: uma fase de transformação, com a Camilla Rocha Campos na direção, o CAPACETE se tornando cada vez menos a minha pessoa. Este é um processo desejado, provocado e incentivado.”

“Apesar da longevidade, o CAPACETE é um programa pequeno, que atua em um campo muito restrito. A visibilidade que o MAM pode dar para o CAPACETE também é incrível, vamos poder nos inserir mais no contexto brasileiro. Os programas que a gente desenhou para o MAM são basicamente o que a gente sempre fez: residências no formato de seminários”, conta Helmut.

“Temos em torno de 20 a 25 residentes anuais vindos de diferentes países; oferecemos programas de 3, 6 e 12 meses de duração”, conta Camilla Rocha Campos, diretora artística do CAPACETE. “Nosso programa de 1 ano é a espinha dorsal das nossas atividades. Atuamos como um centro de pensamento onde acontecem seminários, falas públicas, workshops, visitas personalizadas, viagens de estudo e projetos experimentais de arte. A parceria MAM | CAPACETE  será para nós um exercício de coabitação e respeito entre um organismo histórico brasileiro e um espaço (histórico) independente. O CAPACETE traz o diálogo sobre novas estratégias de como criar parcerias que atuam com estruturas menos burocráticas, comunitárias, e visa apoiar pesquisas e práticas artísticas que dialogam criticamente e para além do sistema mainstream da arte”.

Através de atividades contínuas, o CAPACETE tem como missão constituir situações e desenvolver estratégias que forneçam alternativas concretas e reais ao movediço campo da arte. As atualizações e os programas de residência já realizados foram desenhados para refletir o caráter interdisciplinar das práticas éticas-estéticas contemporâneas e promover esforços que articulam o mundo teórico com apresentações artísticas em diversos formatos e dinâmicas, e para diferentes públicos.

Equipe MAM | CAPACETE
Fabio Szwarcwald, Lucimara Letelier, Helmut Batista, Camilla Rocha Campos, Luis Marcelo Mendes, Fernanda Lopes e Márion Strecker.


Serpent Rain – uma conversa sobre tempo e os elementos

Nesta conversa, Denise Ferreira da Silva e Camilla Rocha Campos discutem temas levantados no filme Serpente Rain (Arjuna Neuman e Denise Ferreira da Silva, 2016). Embora esses temas visem expandir várias proposições apresentadas no filme, Denise e Camilla vão tentar expandir a elaboração do questionamento da temporalidade e as aberturas éticas e estéticas sugeridas pelas elementaridades, ou seja, uma imagem do mundo na qual a transformação seja contemplada como um movimento infinito de re/de/composição.

Denise Ferreira da Silva – Os escritos acadêmicos e a prática artística da Dra. Denise Ferreira da Silva abordam as questões éticas do presente global e visam as dimensões metafísicas e onto-epistemológicas do pensamento moderno. É professora e diretora do Instituto de Justiça Social (GRSJ) da Universidade de British Columbia, professora adjunta de Belas Artes da Universidade Monash (Melbourne, Austrália) e professora visitante de direito na Universidade Birkbeck de Londres. É autora de Toward a Global Idea of Race e co-editora de Race, Empire and The Crisis of the Subprime (com Paula Chakravartty). Seu trabalho relacionado à arte inclui textos para publicações vinculadas às Bienais de Liverpool e São Paulo 2016, Veneza 2017 e Documenta 14, além de colaborações como a peça O Retorno do Camponês Desaparecido, com Ros Martin, os filmes Serpent Rain (2016) e 4Waters-Deep Implicancy (2018), com Arjuna Neuman; e eventos (apresentações, palestras e sessões privadas) e textos relacionados à Poethical Readings e ao Sensing Salon, com Valentina Desideri.

Camilla Rocha Campos –  Artista, professora, pesquisadora, escritora e auto-revolucionária. Sua prática artística é colaborativa, construída através da contribuição de pessoas em contextos carregados de emoção e crítica. Nesse campo relacional Camilla propõe experiências de arte e não-arte. Participa de seminários, falas e projetos no Brasil e em outros países, construindo e compartilhando processos estéticos/artísticos a partir de lógicas não-hegemônicas. Em 2016, foi artista residente no Programa Internacional CAPACETE, no Rio de Janeiro, onde desde 2017 atua como diretora. Possui mestrado em Teoria e Crítica de Arte pelo Instituto de Artes da UERJ. Atualmente é professora no Programa de Formação do Parque Lage e da Escola Livre de Artes da Maré.

Silvia Rivera Cusicanqui em CORPO PÁ

 

 

Silvia Rivera Cusicanqui é fundadora do Taller de História Oral Andina e do grupo autogestionado Coletivx Ch’ixi. Trabalha temas como memória, oralidade e movimentos sociais indígenas populares, principalmente na região Aymara. Silvia vem ao CAPACETE para participar do programa CORPO PÁ, um programa de trocas intensivas que tocam as relações ancestrais entre corpo, memória, território e produção de conhecimento afim de trocar e praticar estratégias para encontrar a linguagem dos rituais, da dança, do sonho, do trabalho cênico, da ecologia, da artesania, dentre outros, numa combinação da prática artística com a prática comunitária.

 

corpo pá com silvia rivera cusicanqui


CORPO PÁ – práticas de memória e território

 

 

 

 

CHAMADA ABERTA

CORPO PÁ

práticas de memória e território

 

 
Convidamos:ativistas/defensoras/indígenas/quilombolas/negras/LGBTQI/pesquisadoras/artistas/educadoras/cuidadoras e ++ para criarem e gerirem um espaço seguro para articulação, vivência e investigação interdisciplinar dos diferentes modos de aprender desde perspectivas anti-coloniais e comunitárias. Os encontros terão um caráter plástico, de trocas circulares de saberes e de metodologias de experimentação.

O que acontece quando… a teoria assenta, o saber habita o corpo, o corpo invade a escrita e os processos de aprendizado desembocam em processos vitais?

O programa irá visitar o trabalho de ativistas e teoricxs que habitam e pensam o sul-sul global, a partir de aproximações anti-coloniais, anti-racistas, feministas, terceiro mundistas, latino-americanas, pelo direito a terra e ao território, autonomistas, dentre outras, tendo como lastro o pensamento de Silvia Rivera Cusicanqui, que se juntará ao grupo durante 4 dias no mês de setembro.

O objetivo principal dos encontros é incentivar trocas intensivas que toquem as relações ancestrais entre corpo, memória, território e produção de conhecimento, e neste sentido são bem-vindas estratégias para encontrar a linguagem dos rituais, da dança, do sonho, do trabalho cênico, da ecologia, da artesania, dentre outros, numa combinação da prática artística com a prática comunitária. Nesse sentido ressaltamos que que as práticas serão coletivas e que não exigem nenhum grau de escolarização formal.

As inscrições serão feitas até o dia 13 de agosto pelo e-mail: praticasdememoriaecorpo@gmail.com

Todas as pessoas inscritas estão convidadas para o primeiro encontro aberto no dia 14 de agosto no Capacete, rua Benjamin Constant 131 – Glória, Rio de Janeiro. Nesse primeiro momento, além de nos conhecermos, traçaremos juntxs o andamento dos futuros encontros que acontecerão sempre as segundas feiras, das 19h as 21h, nos meses de agosto, setembro e metade de outubro, no Capacete e na sede da ONG Justiça Global.

Pedimos que ao realizar a inscrição a pessoa participante esteja comprometida em estar presente e ativa nas atividades que o programa irá propor.


*** esse projeto é um convite de Camilla Rocha Campos, Cíntia Guedes e Humberto Vélez para a construção de um processo coletivo
*** temos o apoio de Justiça Global, Capacete e Instituto Goethe
*** maiores informações serão repassadas as inscritxs por e-mail