Arte para não ser vista

EXPOSIÇÃO “ARTE PARA NÃO SER VISTA” 15 DEZEMBRO 2020

“Arte para não ser vista” é uma exposição de Ducha e Isabelle Arthuis, que mostram trabalhos
resultantes de suas residências com o CAPACETE.

Isabelle Arthuis apresenta uma nova obra, fruto de uma longa pesquisa no Parque do
Flamengo e de seu desejo de ressaltar o objeto de concreto “Teatro para brincar” como um
trabalho artístico que, no futuro próximo, será revisitado, reformado e reativado.

Ducha apresenta um modelo sustentável de barco a vela, o primeiro passo do que pode vir a
ser um veículo para transporte de longa distância de pessoas e de produtos orgânicos. Este
novo projeto está acompanhado de trabalhos mais antigos e registros das ações, viagens e
colaborações, muitas das quais aconteceram nas últimas duas décadas, com histórias
relatadas por aqueles que estavam presentes nas ações com o Ducha.

O novo filme “Apocalypso” (2020) de Mariana Bley com Ducha, estreia online no dia da
abertura. “Apocalypso” propõe a ideia visionária de inverter o processo colonizatório
promovendo um fair trade daqui para Europa.

A exposição é a primeira instância da revisão histórica do CAPACETE, no marco da parceria
MAM/CAPACETE, que junta artistas que participaram da residência nos últimos vinte e três
anos, numa constelação que inclui ex-residentes brasileiros e estrangeiros.

A exibição é concebida como uma coreografia: a ideia é colocar algo em movimento, em
colaboração com outros – o modo com que o CAPACETE tem trabalhado ao longo dos anos.
O público está convidado para fazer suas próprias leituras dos trabalhos e das conexões que
existam entre os artistas. O título da exposição vem de um comentário recente feito pelo
artista Jarbas Lopes sobre o trabalho do Ducha.

Por motivos de segurança sanitária, a exposição abre de modo virtual. A visita presencial
será anunciada em breve, inclusive com uma conversa entre Thiago Fernandes e Ducha.

Cureografia: Helmut Batista com Tanja Baudoin

HIPERLINKS
• “Apocalypso” (2020), filme de Mariana Bley com Ducha:

• Canal do MAM-Rio no YouTube, com
o Conversa entre Isabelle Arthuis e Helmut Batista

o Conversa entre Ducha e Helmut Batista

o Conversa entre Tanja Baudoin e Helmut Batista

• Isabelle Arthuis, “O Parque do Flamengo e Teatro para brincar

• “Uma conversa entre cureógrafos: Helmut Batista e Tanja Baudoin”

• Thiago Fernandes, “Clandestinidade e performatividade da imagem no “Cristo Vermelho” de Ducha”


Parceria MAM | CAPACETE

 

O Museu de Arte Moderna do Rio e o programa de residências e intercâmbio artístico-cultural CAPACETE deram início a uma parceria institucional em março de 2020, quando começou a ser desenvolvido o projeto de transferência de parte das atividades do CAPACETE para o museu. Inicialmente pensado para acontecer no espaço físico do museu, em sua sede no Parque do Flamengo, o projeto teve de sofrer adaptações para poder ser iniciado em espaços virtuais enquanto durar a quarentena decorrente da pandemia do Covid-19. A parceria entre o CAPACETE e o MAM é alavancada pelo patrocínio do Grupo PetraGold ao MAM.

A parceria faz parte de projeto mais amplo do MAM de restituir à educação um papel central na instituição, desde cedo definida como um museu-escola. A meta é reabrir o Bloco Escola, o pavilhão dedicado ao ensino e à prática artística, que foi o primeiro edifício a ser construído na sede definitiva do museu.

O objetivo da parceria MAM | CAPACETE é desenvolver residências artísticas, fomentar pesquisas, intercâmbios internacionais e realizar programação pública de diálogos e outras atividades no espaço do museu. A parceria está prevista para durar dois anos.

“A parceria MAM | CAPACETE traz a oportunidade de abertura do museu para uma nova interação com projetos culturais de grande relevância no cenário nacional e internacional”, diz o diretor-executivo do MAM, Fabio Szwarcwald. “O MAM está apoiando os processos que sustentam a teoria-prática da arte, buscando a reflexão. O MAM se permite ser uma instituição mais orgânica, mais conectada com a sociedade”.

Criado em 1998 pelo artista plástico Helmut Batista, na cidade do Rio de Janeiro, o CAPACETE é o mais antigo e o mais estruturado programa de residência e intercâmbio artístico-cultural no Brasil. Com sede no bairro da Glória, vizinho ao centro do Rio, o CAPACETE faz apresentações públicas em diversos modelos, formação para profissionais (Escola CAPACETE) e para crianças (Pequeno Laboratório), cursos abertos, cozinha experimental, biblioteca, acervo e publicações. Mais de 450 profissionais de diversos países já passaram pelo programa.

“O CAPACETE tem realmente uma tradição e uma confiança internacional muito grande e muitas parcerias internacionais que podem ajudar a alavancar um programa específico dentro do MAM. Eu acho que o Fabio Szwarcwald soube entender isso e quer juntar forças para fazer um programa maior”, diz Helmut Batista. “A gente sempre considerou que a atuação do CAPACETE deveria ser na sua região. O MAM fica no nosso raio de ação. O Bloco Escola foi o carro-chefe da sua época -deu na Escola de Artes Visuais do Parque Lage-, está ali hibernando e agora vai passar por uma transformação”, diz Helmut. “O convite veio muito a calhar no processo que o próprio CAPACETE vinha passando: uma fase de transformação, com a Camilla Rocha Campos na direção, o CAPACETE se tornando cada vez menos a minha pessoa. Este é um processo desejado, provocado e incentivado.”

“Apesar da longevidade, o CAPACETE é um programa pequeno, que atua em um campo muito restrito. A visibilidade que o MAM pode dar para o CAPACETE também é incrível, vamos poder nos inserir mais no contexto brasileiro. Os programas que a gente desenhou para o MAM são basicamente o que a gente sempre fez: residências no formato de seminários”, conta Helmut.

“Temos em torno de 20 a 25 residentes anuais vindos de diferentes países; oferecemos programas de 3, 6 e 12 meses de duração”, conta Camilla Rocha Campos, diretora artística do CAPACETE. “Nosso programa de 1 ano é a espinha dorsal das nossas atividades. Atuamos como um centro de pensamento onde acontecem seminários, falas públicas, workshops, visitas personalizadas, viagens de estudo e projetos experimentais de arte. A parceria MAM | CAPACETE  será para nós um exercício de coabitação e respeito entre um organismo histórico brasileiro e um espaço (histórico) independente. O CAPACETE traz o diálogo sobre novas estratégias de como criar parcerias que atuam com estruturas menos burocráticas, comunitárias, e visa apoiar pesquisas e práticas artísticas que dialogam criticamente e para além do sistema mainstream da arte”.

Através de atividades contínuas, o CAPACETE tem como missão constituir situações e desenvolver estratégias que forneçam alternativas concretas e reais ao movediço campo da arte. As atualizações e os programas de residência já realizados foram desenhados para refletir o caráter interdisciplinar das práticas éticas-estéticas contemporâneas e promover esforços que articulam o mundo teórico com apresentações artísticas em diversos formatos e dinâmicas, e para diferentes públicos.

Equipe MAM | CAPACETE
Fabio Szwarcwald, Lucimara Letelier, Helmut Batista, Camilla Rocha Campos, Luis Marcelo Mendes, Fernanda Lopes e Márion Strecker.