Caio Calafate e Pedro Varella são fundadores do gru.a (grupo de arquitetos), atelier baseado no Rio de Janeiro. Desde sua formação em 2013, elaboram projetos e obras de diversas escalas e naturezas, com especial interesse na interseção entre os campos da arquitetura e da arte contemporânea. Sua prática é estruturada através da relação entre Pesquisa, Projeto e Ensino, sempre buscando um estreito contato com as instituições, público e parceiros envolvidos. Dentre os trabalhos desenvolvidos através do gru.a destacam-se COTA 10 (2015), De ONDE NÃO SE VÊ QUANDO SE ESTÁ (2018), RIPOSATEVI (2018) e A PRAIA E O TEMPO (2019). Caio é arquiteto formado pela PUC-Rio (2010) e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Design da Escola Superior de Desenho Industrial da UERJ. É mestre em Projeto de Arquitetura pela PUC-Rio (2015). Foi editor da Revista Noz entre 2007 e 2010. Desde 2015 é professor de projeto do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Santa Úrsula. Pedro é arquiteto formado pela FAU/UFRJ (2011) e mestre na área de teoria, história e crítica do projeto no PROARQ-UFRJ (2016). Possui formação complementar pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV) onde estudou entre 2007 e 2010. É co-autor do livro Rio Metropolitano: guia para uma arquitetura, publicado em 2013. Desde 2015 leciona no Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Santa Úrsula e desde 2017 no IED-rio (instituto europeo di design).
Museu, Parque e Chão.
Morros cortados por pedreiras, montanhas desmontadas, aterros de grandes proporções e lagoas soterradas por debaixo do asfalto são algumas das operações que constituem a cultura de transformação da natureza empreendida com radicalidade e violência no curso da expansão urbana do Rio de Janeiro. A construção do MAM-RJ foi viabilizada por uma dessas obras, consequência dos sucessivos aterros realizados com terras provenientes do desmonte de morros da região central, oferecendo assim um novo chão para a cidade. Este chão — cujas potências e latências nos interessa investigar — conforma hoje um imenso sítio artificial. O chão, por um lado, pode impermeabilizar as relações entre a matéria física que constitui sua base e o mundo das ideias que está para cima dele. Por outro, tem também o poder de estabelecer uma política de relação entre esses domínios, um potente dispositivo de fricção entre a arquitetura e o lugar onde ela está implantada. Das explorações críticas sobre a arquitetura do MAM-RJ parece que, no que se refere às tensões entre arquitetura e solo, ainda cabe investigação mais aprofundada. Por isso, pretendemos escavar o campo de possibilidades que se abre nas lacunas deste chão: simultaneamente museu, parque e cidade.
Selecionados ao Programa de Bolsa de Pesquisa MAM | CAPACETE no eixo Arquitetura do MAM, urbanismo, paisagismo do Parque do Flamengo.