Monday April 10th -11.00pm
Bar ASYLO – Achilleos 38, Athens
Monday April 10th -11.00pm
Bar ASYLO – Achilleos 38, Athens
Por 19 anos o CAPACETE recebeu atores ativos em diferentes campos e provenientes de todo o mundo para experimentar, trocar, pesquisar, amar, produzir, apresentar, publicar e compartilhar. Agora é a vez do CAPACETE se deslocar: um grupo de 12 participantes foi selecionado para participar em um programa de 9 meses de duração em e com Atenas, num contexto estrangeiro às atividades originais e regulares do CAPACETE.
A abordagem do CAPACETE em relação à aprendizagem e à pesquisa baseia-se numa prática coletiva, discursiva, performática e experimental, que requer tempo e envolvimento estreito, de modo a formar um sistema de intercâmbio e produção descentralizado e menos hierárquico.
A comissão de seleção dos residentes para o programa foram: Xafos Xagoraris (Académia de Belas Artes/Athenas), Paul B. Preciado (documenta14/Athenas), Lígia Nobre (São Paulo), Amilcar Packer (São Paulo) e Helmut Batista (CAPACETE/Rio de Janeiro).
CAPACETE
“Escolas que se posicionam como lugares de “produção de conhecimento” privilegiados ou exclusivos apenas reafirmam as desigualdades sociais e as hierarquias existentes.”
Paulo Freire,
(Pedagogia da Autonomia – Saberes Necessários à Prática Educativa)
“Os quatro pontos cardeais são três:
Sul e Norte.”
Vicente Huidobro, Altazor
De março a dezembro de 2017, o Capacete vai desdobrar sua programação em Atenas (e parte em Kassel), no contexto da documenta 14 e em eventos relacionados, como a Bienal de Atenas e os programas e atividades culturais regulares da cidade.
Se, em um mundo integrado, tudo parece fundir-se homogeneamente, os processos hegemônicos:
• O que significa deslocar uma aprendizagem experimental, coletiva e uma iniciativa baseada na investigação de um continente para outro – especificamente a partir do hemisfério sul para o Sul do Norte? O que motiva tal deslocamento e o que isso implica?
• Como tal iniciativa engaja-se em um novo contexto local, tendo em conta a complexidade e heterogeneidade destas comunidades, de suas histórias e dinâmicas socioculturais?
Se, em alguma medida, a Grécia Antiga era e ainda é utilizada como matéria-prima para moldar a imaginação da modernidade ocidental, o que pode oferecer a Grécia contemporânea ao desmantelamento do colonialismo e do capitalismo neoliberal, especulativo e financeiro?
Por 19 anos o CAPACETE recebeu atores ativos em diferentes campos e provenientes de todo o mundo para experimentar, trocar, pesquisar, amar, produzir, apresentar, publicar e compartilhar. Agora é a vez do CAPACETE se deslocar: um grupo de até 12 participantes será selecionado para participar em um programa de 9 meses de duração em e com Atenas, num contexto estrangeiro às atividades originais e regulares do CAPACETE.
A abordagem da CAPACETE em relação à aprendizagem e à pesquisa baseia-se numa prática coletiva, discursiva, performática e experimental, que requer tempo e envolvimento estreito, de modo a formar um sistema de intercâmbio e produção descentralizado e menos hierárquico.
Estrutura do programa:
– Convocatória aberta para de seis a oito participantes latino-americanos e de três a quatro participantes gregos, que irão engajar-se em escutar, aprender, vivenciar e trocar experiências.
– Duração: de março a dezembro de 2017
• Dois capítulos diferentes relacionados a momentos e marcos conceituais separados:
Primeiro Capítulo (quatro meses): dedicado à escuta ativa e ao olhar. Começará antes da abertura da documenta 14, em Atenas, e continuará através de seus 100 dias *. O foco deste período será a abordagem do contexto local em encontros com agentes locais, profissionais e instituições; bem como o estabelecimento de vínculos na cidade e o desenvolvimento de um modo intenso de conversação para abordar as dinâmicas socioculturais e políticas na Grécia e em Atenas, especificamente.*Este período será dedicado também à compreensão da relação emaranhada entre Kassel e Atenas, dentro do marco da documenta 14. Para isso, está prevista uma viagem à Kassel e a colaborações com parceiros locais.
Segundo Capítulo (seis meses): dedicada à (re)ação, começando pela conclusão da documenta 14 em Atenas e seguindo até dezembro. Durante este período, diferentes profissionais – entre os interlocutores regulares do CAPACETE, os profissionais e agentes locais do contexto ateniense – serão convidados a colaborar com o grupo selecionado de participantes em programas públicos. Esta série de programas se estabelecerá sem um tema específico, abrangendo o fato de que o deslocamento gera problemas (tais como as colocadas acima), mais do que frameworks organizados. Nossa situação é um estudo de caso que precisa ser experimentado, a fim de chegar a conclusões. Nosso interesse está em como reagir às questões provocadas pela nossa dada situação.
A comissão de seleção é: Xafos Xagoraris, Paul B. Preciado, Lígia Nobre, Amilcar Packer e Helmut Batista
A visão do CAPACETE
Nossos contextos globalizados estão estruturados pela desigual distribuição do trabalho e das riquezas, e são crescentemente moldados pela economia dos mercados especulativos. Atualmente, inúmeras das manifestações culturais são eventos de grande escala, e freqüentemente estão direcionadas para um público genérico ou restritas à elite. Tal situação reduz e neutraliza o alcance ético e político da arte, assim como o seu potencial em promover e inspirar outras formas de trabalho, pensamento, relacionar e de viver.
Nossa intenção é constituir situações e desenvolver estratégias que forneçam uma alternativa concreta e real para este estado de coisas. Nosso programa é desenhado para refletir o caráter interdisciplinar das práticas estéticas contemporâneas, trabalhando com artistas e pensadores cujos esforços articulam o mundo teórico com apresentações artísticas em diversos formatos e dinâmicas, e para diferentes públicos. Ao desafiar o estado atual da cultura, economia e educação, nossa função será principal será elaborar auto-organização e gestão artísticas, participação e modos colaborativos de ação, como parte fundamental do conteúdo e da estrutura de nossas atividades.
Estas iniciativas somente podem ser desenvolvidas ao longo do tempo, por meio simultâneo de ativação e avanço de diversas formas de troca, distribuição e produção. Nossa intenção é manter atentos e fluidos ao longo deste processo, ajustando nossas estratégias, táticas, e objetivos à medida que nos desenvolvemos. Um dos objetivos integrais de nosso programa é expandir continuamente nossa plataforma de troca, trazendo novos participantes e interlocutores, fomentando as relações entre diferentes instituições e organizações, bem como aprofundando os laços e relações com colaborações estabelecidas.
CAPACETE age na intercessão de diversos campos sociais e profissionais, exigindo, portanto, que os participantes selecionados embarquem plenamente em um diálogo aberto e horizontal, se envolvendo ativamente nas atividades do programa, instigando que por sua vez, possam funcionar como plataformas para a disseminação da informação, promovendo respostas ativas e gerando o debate público.
Zafos Xagoraris
Athens, 1963
Zafos Xagoraris has studied at the Athens School of Fine Arts and the Massachusetts Institute of Technology. His Ph.D. from the National Technical University of Athens was about the construction of miracles by Hero of Alexandria. He has presented various personal exhibitions and his work consists by drawings, obstructing devices of visual or other signals and public installations of sound amplification mechanisms (for example at the deserted villages of Cyprus, 2003-5). He has participated in exhibitions such as: 4th Athens Biennial, ETICO_F, Manifesta 7, 1st Bienal Fin del Mundo, 1st Thessaloniki Biennale and the 27th Sao Paulo Bienal. He has recently presented the installation “Downhill Classroom”, Benaki Museum, Athens and was one of the curators of the Greek Pavilion of the 9th Venice Biennale of Architecture and the 2nd Athens Biennial. He’s an Associate Professor and Head of the Visual Arts Department of the Athens School of Fine Arts and was a Visiting Professor at the University of Sassari and Patras as well as a Scholar at the Columbia University, NYC. He has been invited to present his work and organize workshops at the University of Michigan, University of Illinois at Chicago, Academy of Fine Arts, Munich, D’Annunzio University, Pescara, IUAV, Venice, Academy of Fine Arts, Palermo, School of Visual Arts and others.
Ligia Nobre
1973, Sao Paulo
Arquiteta, pesquisadora, curadora, artista e agenciadora de projetos e espaços artísticos, opera nos cruzamentos entre arte e arquitetura. Graduada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – Universidade Mackenzie (São Paulo, 1996), mestre em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo pela Architectural Association School of Architecture (Londres, 1999) e doutoranda no Programa In. Atualmente é professora da Escola da Cidade e integra O grupo inteiro (ogrupointeiro.net). Curadora e coordenadora geral com Carol Tonetti do projeto Contracondutas (São Paulo/Guarulhos, 2016-17) e do projeto-exposição Mano Fato Mano no Centro Cultural São Paulo (Nov.2014-Fev.2015). Participa com o trabalho Condutores da exposição “Playgrounds 2016” no MASP e Sesc Interlagos (São Paulo, 2016). Curadora com Ana Luiza Nobre e Guilherme Wisnik da X Bienal de Arquitetura de São Paulo (2013). Curadora São Paulo com Urban Think Tank (NY/Zurique/SP) para o Audi Urban Future Award (Istanbul, 2012). Consultora do Ministério da Cultura junto aos setores de artes visuais, design e arquitetura e o Programa Espaços e Bibliotecas Mais Cultura (Brasília, 2009-10). Pesquisadora e assistente de ensino dos arquitetos Jacques Herzog e Pierre de Meuron na Universidade ETH Studio Basel – Contemporary City Institute (Basel, 2007-08). Co-fundou e dirigiu a plataforma sem fins lucrativos exo experimental org. (arquivoexo.org) que promoveu pesquisas urbanas e artísticas, residências artísticas, publicações, exposições, encontros discursivos e oficinas (São Paulo, 2002- 07). Contemplada com bolsa-residência na Akademie Schloss Solitude (2006) e os editais Funarte Conexões Artes Visuais (2012) e Exposições da Prefeitura de São Paulo-CCSP (2014). Coordenadora Editorial de Trabalhando no Copan/Working at Copan, de Peter Friedl (Sternberg Press, 2007), co-editora de Monolito #17 – X Bienal de Arquitetura de São Paulo (2013), com ensaios publicados nos periódicos Bamboo, TANK, Abitare, ArtReview, Urbania, Item, dentre outras publicações.
Paul B. Preciado
Burgos, 1970
Paul B. Preciado is a philosopher, curator and transgender activist and one of the leading thinkers in the study of gender and sexual politics. An Honors Graduate and Fulbright Fellow, he earned a M.A. in Philosophy and Gender Theory at the New School for Social Research in New York where he studied with Agnes Heller and Jacques Derrida. He holds a Ph.D. in Philosophy and Theory of Architecture from Princeton University. His first book, Contra-Sexual Manifesto (forthcoming by Columbia University Press in 2016) was acclaimed by French critics as “the red book of queer theory” and became a key reference for European queer and trans activism. He is the author of Testo Junkie. Sex, Drugs and Biopolitics (The Feminist Press) and Pornotopia (Zone Books) for which he was awarded the Sade Price in France. He has been Head of Research of the Museum of Contemporary Art of Barcelona (MACBA) and Director of the Independent Studies Program (PEI). He is currently Curator of Public Programs of documenta 14 (Kassel/Athens).
Amilcar Packer
Chile, 1974
Amilcar Packer nasceu em Santiago do Chile em 1974 e vive em São Paulo desde 1982. É licenciado em Filosofia pela USP e mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP. Packer desenvolve práticas que operam reconfigurando e subvertendo o campo semântico de objetos, arquitetura e o corpo humano, assim como tradições de pensamento e imaginação. Suas atividades se extendem em formatos discursivos e perfomativos, aulas e oficinas, encontros e conversas, comidas, passeios e seminários públicos que estabelecem espaços e estados provisórios para dinámicas coletivas menos hierarquizadas, onde predominam a busca pela construção da horizontalidade, o debate crítico, o aprendizado mútuo e a convivência. É co-fundador do Programa de Ações Culturais Autônomas e colabora regularmente com o CAPACETE, assim como com a Casa do Povo.
Helmut Batista
Rio de Janeiro, 1964
Helmut Batista direção de ópera ma ESAT na França. Em 1998 fundou o CAPACETE que ele dirige desde então. CAPACETE tem produzidos novos trabalhos de arte, seminários, oficinas, residencias e livros com parcerias de diferentes paíse. Em 2015 CAPACETE inaugurou o projeto experimental com duração de 1 ano. Para mais informações por favor consulte: www.capacete.org.