Torreão

Conversa entre Jailton Moreira e Helmut Batista – Torreão (1993 – 2009), Porto Alegre / Brasil

O Torreão foi fundado em 1993 e foi um espaço de produção e pesquisa em arte contemporânea, em Porto Alegre. Foi dirigido por Jailton Moreira e Elida Tessler.

ELIDA TESSLER
1961, Porto Alegre/RS, Brasil
É artista plástica e foi professora do Departamento de Artes Visuais e do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Realizou doutorado em História da Arte Contemporânea na Université de Paris I – Panthéon-Sorbonne (França), onde residiu de 1988 a 1993. Entre 2009 e 2010, realizou o Pós- Doutorado na EHESS-Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales e junto ao Centro de Filosofia da Arte – UFR de Philosophie – Université de Paris I- Panthéon – Sorbonne. Pesquisadora vinculada ao CNPq entre 2008 e 2016.

JAILTON MOREIRA
São Leopoldo , RS – 1960
Artista plástico, professor e curador. Bacharel em Artes Plásticas. pelo Instituto de Artes da UFRGS. Entre as exposições individuais de destacam “Percevejo” – Museu do Trabalho., Porto Alegre, RS (2014), “Trabalhos Insistentes” – Galeria Oba Aberta, Porto Alegre, RS (2002), “Vê Quem Vê Quem” – Galeria de Bolso da CAL (Casa da Cultura da América Latina) da UnB , Brasília, DF. (1999), “Desenhos Ordinários” – MAC (Museu de Arte Contemporânea), Porto Alegre, RS (1994) e “Diversões” – Galeria Arte & Fato, Porto Alegre, RS (1986). Entre as exposições coletivas de destacam III e V Bienal de Artes Visuais do Mercosul , Porto Alegre, RS (2001/ 2005), Panorama de Arte Brasileira do MAM de São Paulo, São Paulo SP (2001/ 2003/ 2005/ 2011), “Tropicália – A Revolution in Brazilian Culture” – MAC de Chicago, EUA (2005), V e X Salão Nacional de Artes Plásticas, FUNARTE/INAP, Rio de Janeiro, RJ (1982/ 1988). Criador do Torreão (1993/ 2009), espaço de formação, exibição e discussão de arte em Porto Alegre, juntamente com Elida Tessler.

 

O Torreão como experiência de educação
Escrever sobre a experiência do Torreão ainda é algo novo. Esse espaço de arte, criado por Elida Tessler e por mim em 1994 tem sido muito citado em seminários pelo país, discutido informalmente, ou exibido em vídeos, mas ainda são raros os momentos que nos detemos para fixar essa vivência em um texto. A frágil desculpa para que isso não tenha sido feito de uma forma mais sistemática e aprofundada nesses 12 anos de existência é simplesmente a falta de tempo. Além disso, é sempre difícil para os protagonistas de uma vivência intensa afastarem-se dela e olharem-na retrospectivamente quando a curiosidade ainda é saber o que vem pela frente.

Quando somos perguntados de sopetão: o que é o Torreão? Depois de uma titubeada, resultado de um cálculo rapidíssimo sobre quem está fazendo a pergunta, o por quê e quanto tempo de resposta essa pessoa está disposta a ouvir, respondo com breves palavras que não explicam muito: o Torreão é um lugar que busca o cruzamento entre produção e pensamento sobre arte contemporânea em Porto Alegre. É uma resposta pronta que servirá para que o interlocutor realmente mostre, numa segunda pergunta, o tamanho da curiosidade. Se a conversa perdura com outras indagações, exibimos a parte mais visível do Torreão que são as intervenções feitas por diversos artistas para o espaço da torre. Porém isso esconde que existe um outro Torreão. A experiência de ensino construída nesse espaço e que, na verdade, é a responsável direta pela sua criação e manutenção, é um pouco mais difícil de explicar, ficando reservada quase exclusivamente àqueles que participam dela.


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