No Rio, estarei de papo com artistas. Escutando, principalmente. Doravante, ditos artistas, serão a base de textos ficcionais (talvez, não tanto, pois tudo o que dizem incorpora-se no texto e portanto pouco ficcionais e mais reais). Não devendo o supracitados artistas serem excluidos do diálogo após o texto ser concluído já que acredito que o contato com o artista deve ser contínuo e permanente. Em outras palavras, conectarei a mensagem (ou, melhor dito, voz) do artista ao público por meio de textos que incorporem rasgos de sua idiossincrasia. Nos doces aclives dessa comunicação se tornará patente a alusão à formas dialéticas e dialógicas de Mikhail Bakhtin para explorar novas formas de mediação crítica. Outrossim, esse processo transformará as diferentes vozes dos artistas em uma massa ficcional que lança luz sobre vários temas como: (a) interpretação e neutralidade, (b) os limites entre ficção e realidade e as (c) diferentes maneiras pelas quais os artistas contemporâneos incorporam suas idéias.
Tiago de Abreu Pinto é escritor e curador independente, Ph.D em História da Arte pela Universidade Complutense de Madri. Ganhou a Bolsa de Curadoria de Arte concedida pela Bienal de Arte de Gwangju, Coréia do Sul em 2012, e o Prêmio de Curadoria de Arte Se Busca Comisario concedido pela Comunidade de Madri, Governo espanhol em 2014.