Sistema Lento – parque na praça

 

Dominó é uma grande e democrática celebração da imagem contemporânea no
Flamengo, Catete, Glória e Centro, bairros históricos e que nos últimos anos vêm se
firmando como uma espécie de corredor cultural e artístico, tal a crescente presença
de fotógrafos, produtoras,companhias de teatro e ateliês na região.
Para dar início ao movimento, no próximo dia 23 de junho , sábado, teremos a
participação: Jacarandá, Instituto Pipa, Vila Aymoré, Capacete, Ateliê Oriente, Oi
Futuro, Museu da República ,MAM e Marina da Glória.
A proposta é ser uma ocupação colaborativa com, preferencialmente, a participação
de pessoas da área, moradores ou aqueles que frequentem o local por motivo de
trabalho ou lazer.

 

O CAPACETE participará com o projeto “Sistema Lento”

Este trabalho surge da vivência a artista russa Asia Komarova no ano de 2015 na
residência Capacete se estende na temporalidade, ganhando desta forma um carácter
híbrido e flexível, resultando no nome de ‘Sistema Lento’. O Capacete encontra-se na
rua Benjamin Constant no 131, no bairro da Glória, Rio de Janeiro. Uma rua sem saída

que tem uma vida ativa, onde seus moradores interagem nesse ambiente vivo de uma
pequena cidade do interior.
Os moradores da Benjamin Constant, conversam nas calçadas, escutam juntos
chorinho todas as quartas-feiras e produzem manifestações espontâneas que são
comuns por todos os lados. Apesar de tanto encontro a rua não possui uma área
exclusiva de coexistência para as crianças locais, um espaço de convivência segura,
motora, lúdica e feliz.
Em 2015, nasceu no Capacete o "Pequeno Laboratório", uma proposta para crianças
de 5 a 10 anos criada por Adeline Lépine (programadora cultural francesa) e Caroline
Valansi (artista brasileira), ex-residentes do Capacete. O "Pequeno Laboratório"
nasceu da constatação de que poucas atividades manuais e artísticas são oferecidas
no Rio de Janeiro para crianças, fora dos horários das escolas, e que, quando existem,
são muito caras. O "Pequeno Laboratório", portanto é o desejo de que crianças
tenham acesso a trabalhos criativos e educação artística, proposta por profissionais da
arte por um custo razoável, abrindo práticas à outras formas de aprendizado, outros
espaços sociais e criativos no dia-a-dia.
Em parceria Asia, Adeline, Caroline e Camilla Rocha Campos (artista brasileira e
também ex-residente do Capacete), percebendo essa carência tanto na rua como na
região começaram a apresentar para as crianças, pequenas reflexões e percepções
sobre a cidade e a rua em que vivemos. A documentação fotográfica adjacente tem
como objetivo apresentar as primeiras experimentações que tivemos com o grupo do
‘Pequeno Laboratório’ relacionados com a cidade e a dinâmica entre crianças e espaço
público, e como eles nos levaram a projetar ‘Sistema Lento’, a partir do que foi feito
pelas crianças na rua.
As crianças foram convidadas a começar com um exercício performativo ocupando um
espaço público na área entre a rua Benjamim Constant e rua do Fialho. As artistas
perguntaram a elas: O que é uma cidade? Como defini-la? Como é a arquitetura?
Como são as ruas? O que é legal em viver na cidade? O que eles gostariam de mudar
na cidade? O que seria uma cidade ideal? Como seriam seus caminhos? Seus edifícios?
A partir desses traçados e experiências, as artistas decidiram utilizar o espaço da rua
para a última oficina, em uma área específica, onde os moradores já conseguiram
mudar um estacionamento de carro para um átrio de cimento e poucas árvores. Após
a experiência desse encontro e de 3 anos de colaboração com inúmeras pessoas e
instituições será inaugurado dia 23 de junho, no contexto do evento DOMINÓ no
bairro da Glória, o parquinho público imaginado pelas crianças. O 'Sistema Lento'
celebra as doações coletivas que materializaram o parque e que formaram o
amálgama de possibilidades onde só o corpo da criança pode passar e entender.