morani: artista, educador e pesquisador, nascido em Nilópolis, BXD, RJ, 1997. Encontro-me encruzilhado em investigações que tangenciam as relações entre corpos e instituições, palavra e desejo, escrita e fala, ficções e subjetividades, deslocamentos espaciais e temporais, negritude e liberdade. Participante do Programa de Residência Internacional 2019/2020 do Capacete. Graduado em História da Arte pela Escola de Belas Artes – UFRJ. Pesquisador do núcleo de Filosofia Política Africana do Geru Maa/UFRJ. Atuou como educador na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Participação em exposições coletivas em Paço Imperial, A Gentil Carioca, EAV – Parque Lage, Caixa Cultural Rio de Janeiro e Atelier Organi.co, entre outros.
Millena Lízia
Millena Lízia é uma pessoa vivendo este mundo em busca de uma caminhada com dignidades e saúdes. Busca as simplicidades, pois as coisas mais banais lhe chegam com camadas de desafios e complexidades. Dentre suas formações institucionalizadas estão a pós-graduação em Estudos Contemporâneos das Artes (2018) pela Universidade Federal Fluminense, o curso de Montagem Cinematográfica e Edições de Vídeos (2012) pela Escola de Cinema Darcy Ribeiro e a graduação em Design Gráfico pelo Instituto Federal Fluminense (2009). Vem colaborando desde 2011 com diversos encontros, produções, rodas, exposições coletivas e proposições educativas. É pesquisadora e artista contemporânea-ancestral-pra-
Golpes, aumento da pobreza extrema, reforma trabalhista, intervenção militar, desmontes da educação pública e de programas de ações afirmativas, aumento do assassinato de negr_s enquanto há uma diminuição das taxas de homicídio de branc_s, execução de universitári_s atravessad_s pelas dissidências raciais e de gênero fora e dentro do campus universitário, toda sorte de obliterações simbólicas e de desgaste da vida. Diante de tais circunstâncias, de tantas vulnerabilidades, certamente não são perguntas como o que é arte?, o que é o objeto de arte?, o que é arte contemporânea? ou como fazer arte? que vêm tomando as energias de toda uma população que nas últimas décadas se viu em mobilidade social e ocupando espaços de poder que antes lhes eram privad_s, mas, sim, como produzir vida?, pois nos tempos em que vivemos é a luta por nossas existências e a constatação de nossas fragilidades que acabam por se tornar nossas urgências. Que desenhos essas condições de risco vem produzindo? E que linhas de fuga?
Interessa para a proposição de Millena Lízia no Capacete promover encontros regulares com artistas e pesquisador_s no campo das artes visuais (e áreas afins) cujas existências estão atravessad_s pelas colonialidades no intuito de fortalecer redes, de pensar em estratégias de manutenção e resistência nos espaços historicamente elitizados, de voltarmos nossas atenções para nossas saúdes, de trocarmos pesquisas, de estreitarmos laços, de conhecermos nossas produções, de pensarmos nos diálogos que nossas produções realizam e de responder, quem sabe, com proposições estéticas esses encontros, sabendo que é a luta pela vida, em toda sua potência, o nosso principal foco.
Dorota Gawęda & Eglė Kulbokaitė
Dorota Gawęda e Eglė Kulbokaitė no YOUNG GIRL READING GROUP 146 com Gruppe Magazine. Foto: FRITZ SCHIFFERS
Dorota Gawęda (nascida em 1986, Lublin, PL) e Eglė Kulbokaitė (nascida em 1987, Kaunas, LT) são uma dupla de artistas fundada em 2013, com sede em Basileia (CH). Ambas são graduadas no Royal College of Art, Londres (2012). Elas trabalham em uma variedade de mídias, incluindo desempenho, instalação, vídeo e escultura. Elas são os fundadoras do YOUNG GIRL READING GROUP – YGRG (2013-), um projeto que busca uma maneira horizontal de abordar textos e compartilhar conhecimentos, proporcionando um espaço discursivo íntimo na experiência da leitura coletiva. A dupla também é a fundadora do avatar pós-corpo de Agatha Valkyrie Ice (2014-2017), sob cujo nome elas co-curaram o espaço do projeto OSLO1O em Basel (2015-2017). Gawęda e Kulbokaitė exibiram seus trabalhos internacionalmente, incluindo: FUTURA, Praga (solo); Projetos Schimmel, Dresden (solo); Antecipações de Lafayette, Paris; HKW, Berlim; Spazio Maiocchi, Milão; Galeria Lucas Hirsch, Düsseldorf (solo); Les Urbaines, Lausanne; ANTI – 6ª Bienal de Atenas; Suíça; Arte em geral, Nova York; Martin Gropius Bau, Berlim; Museu d’Orsay, Paris; Cell Project Space, Londres (solo); MMOMA, Moscou; Palácio de Tóquio, Paris; Galeria Amanda Wilkinson, Londres (solo); 13ª Trienal do Báltico, Centro de Arte Contemporânea, Vilnius; Kunsthalle Basel; ACI, Londres; SMK – Museu Nacional da Dinamarca, Copenhague; Kunstverein für die Rheinlande und Westfalen, Düsseldorf (solo); MOMA, Varsóvia; SALTS, Basiléia; Bienal de Berlim 9; Kunsthalle Zürich; entre outros. As próximas exposições individuais da dupla incluem: Coleção Julia Stoschek, Düsseldorf, On Curating, Zurique e FriArt / Kunsthalle Fribourg, Trafo Gallery, Budapeste.
**** Esta residência é possível graças a Pro-Helvetia (https://coincidencia.net/pt/)
Daniel Sepúlveda
Daniel é pesquisador e educador cuja caixa de ferramentas decorre da antropologia,
disciplina que estudou no Centro Universitário do Norte da Universidade de Guadalajara.
Atualmente, dirige o círculo independente de estudos permanentes Menos Foucault e más Shakira,
na Cidade do México e dá o seminário Pedagogías Caníbales. Seu compromisso educacional está
localizado a partir da descolonização do conhecimento, produtos culturais e anti-racismo.
Como investigador independente, seu trabalho inclui a coordenação de dois laboratórios:
Presente Inminente; Arquitetura urbana e antropóloga, com Mariana Medrano e La [tecno] Guerra en Curso.
Colabora em espaços independentes como Cuerpos Parlantes (Guadalajara, México) e Casa Gomorra
(Ciudad de México), além de fazer parte da equipe do Anormal Festival, festival de pós-pornografia,
feminismos, corpos e sexualidades dissidentes.
Pesquisa
O hospício de residências utópicas é um espaço cuja capacidade itinerante permite seu desenvolvimento
colaborativamente, dependendo das condições do espaço físico que hospeda o projeto.
Nesta ocasião, ele apoia o projeto de pesquisa e ação de Idiomas de Indigestão Binacionais:
Laboratório de Contrapedagogias e Resistência Visual, cujo principal espaço de pesquisa é o hegemônico
imaginário gerado por hegemonias políticas, estéticas, visuais e éticas.
Yasmine Ostendorf
A pesquisadora / curadora Yasmine Ostendorf vem realizando pesquisas na Ásia e na
Europa sobre artistas que propõem formas alternativas de viver e trabalhar - formas
que acabam moldando sociedades e periferias mais sustentáveis, interconectadas e resilientes.
Ela trabalhou extensivamente em programas internacionais de mobilidade cultural e no tema da arte
e ecologia, tendo trabalhado para organizações especializadas como a Julie's Bicycle (Reino Unido),
Bamboo Curtain Studio (TW), Cape Farewell (Reino Unido) e Trans Artists (NL). Ela administra
a Green Art Lab Alliance, uma rede de 35 organizações culturais na Europa e Ásia que explora,
questiona e aborda nossa responsabilidade social e ambiental e é autora da série de guias
“Respostas criativas à sustentabilidade”, publicada pela Fundação Ásia-Europa (SG) e Instituto
Ecológico (DE). É curadora associada do Valley of the Possible (CL), do Centro de Arte
Contemporânea e do Mundo Natural (Reino Unido) e da C-Platform (CN). Desde 2017, é chefe do
Laboratório de Pesquisa da Natureza na Academia Jan van Eyck em Maastricht (NL) e iniciador do
Laboratório de Alimentos Van Eyck (2018); uma colocação de pesquisa para um artista / chef,
compreendendo os alimentos à luz dos atuais desenvolvimentos ecológicos, sociais e políticos.
Ela tem organizado Festivais de Cinema de Arte em Alimentos, colecionando, apresentando e
comemorando práticas inspiradoras de arte / comida de todo o mundo e organizando Grupos de
Leitura regulares para reunir teoria e prática. Ela tenta escrever um blog mensal
para www.artistsandclimatechange.com.
Pesquisa
Meu plano inicial era gastar meu tempo expandindo parcerias para a Green Art Lab Alliance
na América Latina; conectando pontos, redistribuindo recursos e organizando trocas e assim por
diante. Logo descobri que, acima de tudo, Capacete é uma oportunidade pessoal para desfrutar
de uma segunda educação; uma chance de dissecar e revisar cuidadosamente as perspectivas
eurocêntricas e expandir minha estrutura teórica e cultural de maneiras anticoloniais e anti-racistas.
Mais do que tudo, meu 'projeto' aqui é ouvir, absorver e internalizar. E mais do que tratar de um
assunto, tornou-se o reconhecimento de sistemas e estruturas subjacentes e a curadoria de
metodologias alternativas de acordo.
**A residência de Yasmine Ostendorf é possível com o apoio da Mondriaan Fonds
(https://www.mondriaanfonds.nl/)
Tatyana Zambrano
Tatyana Zambrano, 1982, Medellin-Colombia. Publicist and visual artist.
Master in Movement digital art and information technologies from UNAM Mexico.
She currently lives in Rio de Janeiro-Brazil doing the one-year program in Capacete.
She was part of the SOMA 2016 educational program CDMX. She works on projects that deal
with the transition of ideologies and the institutionalization of rebellion. Her work has
been recognized in Les Rencontres Internationales New Cinema and Contemporary art in Berlin,
Official Selection of Latin American video art by the Getty Research Institute and the
National Artists Salon of Colombia.
Research
My search is about Black tourism (tourism of mourning or thanatos-tourism), is a form of tourism in which the main attraction are the places where deaths, tragedies or catastrophes have occurred; it is also called morbid tourism. There is a tourist market niche in which people seek to experience these strong emotions first-hand. An example of this type of tour, which are almost reality shows, is in Hidalgo Mexico where people pay to have the experience of being “mojado” in an artificial scenario on the dessert, these people experience the passage from Mexico to the United States, going hungry and psychological abuse.
The project aims to exceed this imaginary of Latin America through the creation of an amusement workshops in order to show a cynical and ironic, but paradigmatic situation where black tourism immorally represents what morality wants to communicate.
Finally, I am moved to be part of the program because I feel arts as a affair state, where we are accomplice in this thing called contemporary arts, shared guilt, sometimes hard, sometimes fun, but is the capacity of exploring into yourself, taking risks, affections, and probably the challenge of deal with more human beings doing the best thing #arts.